Rota do tráfico, MS abastecia dois pontos em esquema internacional de cocaína

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Operação Enterprise com linha de investigação a organização criminosa especializada em lavagem de dinheiro e exportação de cocaína para a Europa, identificou que Mato Grosso Sul fazia parte de um ‘subgrupo’ do esquema, contando com criminosos para que mandavam a droga para Paranaguá (PR) e para São Paulo.

A afirmação foi feita pelo coordenador da Operação Enterprise, Sérgio Luís Stinglin de Oliveira, durante coletiva de imprensa realizada pela Superintendência Regional da Polícia Federal no Paraná e transmitida online.

“O esquema contava com dois subgrupos menores que mandavam cocaína para Paranaguá (PR) e para São Paulo, um no Mato Grosso e outro no Mato Grosso do Sul”, apontou.

Ainda sobre estes grupos considerados menores, a polícia federal, cita que as apreensões eram bastante consideráveis, sendo que uma destas foi de 50 toneladas da droga e uma metralhadora .50.

Outros “braços” do esquema, conforme Sérgio eram dois grupos que faziam a logística da colocação da cocaína no Porto de Paranaguá, sendo um grupo de transporte principal sediado em São Paulo e um grupo de logística de transporte aéreo em São José do Rio Preto (SP).

Além disso havia um grupo em Natal (RN) especializado no envio de cocaína para a Europa através de embarcações de pesca e outro grupo no Rio Grande do Norte especializado no envio das remessas com a droga em meio a exportações de frutas.

Foram cumpridos 151 mandados de busca e apreensão dentro da operação e 66 mandados de prisão.

Ainda durante a coletiva, Sérgio informou que o foram presas até ao momento, 29 pessoas, sendo estas principalmente em cidades do Paraná, como Curitiba, Paranaguá e Matinhos.

Em Dourados ocorreu uma prisão, mas não há detalhes. A coordenação da operação informou que tem alvos fora do país e diante disso conta com o apoio da Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal), porém não precisou se já aconteceram prisões fora do Brasil.

INVESTIGAÇÕES OCORREM DESDE 2017

Ainda na coletiva, a coordenação da operação ressaltou que as investigações no âmbito da Enterprise acontecem desde o final de 2017, contando com maior ênfase a partir de março de 2018, quando em parceira com outras instituições, a polícia federal atuou com  interceptação telefônica, quebra de sigilo bancário e então conseguiu identificar o principal alvo da operação. Trata-se de um brasileiro que vive na Europa há muito tempo e possui um patrimônio gigantesco. A partir deste indivíduo, conforme a polícia foi possível identificar as “ramificações” do esquema, que contava com sete grupos.

A polícia destacou ainda que durante as investigações apreendeu 50 toneladas de cocaína, sendo que parte desta (200 kg) ocorreu em ação hoje (23), em Paranaguá, vários veículos, 37 aeronaves, dentre essas uma avaliada em R$ 20 milhões de dólares, além de 11 milhões de euros, cerca de R$ 70 milhões.