Após desabamento de paredes de contenção, Porto Murtinho recebe visita de Ministro

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Porto Murtinho aguarda às 14h desta quarta-feira (30) a visita do ministro João Carlos Parkinson de Castro, das Relações Exteriores, que deverá apresentar ao poder público municipal um prognóstico do desenvolvimento local após a implantação da Rota Bioceânica, que passará pela cidade.

A visita de Parkinson ocorre logo após o desmoronamento de um trecho do aterro de contenção das margens do Rio Paraguai, cujas placas de concreto desabaram após a diminuição do nível do rio. A visita do ministro, porém, não tem relação direta com o ocorrido.

Área que desmoronou na segunda (28) recebeu visita da Defesa Civil Estadual e de técnicos da Agesul | Foto: Porto Murtinho Notícias | Reprodução

Nesta manhã, a propósito, a Defesa Civil de Porto Murtinho recebeu a equipe da Coordenadoria de Defesa Civil Estadual e da Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos), para serviço de vistoria da parte afetada nas paredes de contenção. A partir disso, a equipe deve determinar quais são as medidas cabíveis.

Mesmo assim, a Prefeitura deve decretar já na próxima quinta-feira (30) a situação de emergência. Isso porque, segundo o poder público municipal, Porto Murtinho não dispõe nem de recursos e nem de maquinário para reparar os estragos.

Segundo a Defesa Civil do município, o desmoronamento ocorreu porque o nível do Rio baixou significativamente, o que diminuiu a pressão da água nas placas de contenção que, portanto, cederam – o que também seria reflexo de uma obra mal executada.

“Não temos condições de agir por conta própria. Essas paredes de contenção são uma obra estadual e o dique é federal. Somos a única cidade brasileira que é cercada por um dique e vamos ser ponto de partida de uma obra importante, que é a Rota Bioceânica. Então esperamos receber esse apoio”, detalha Helton Benitez, secretário de obras do município e coordenador de Defesa Civil em Porto Murtinho.

Histórico de tragédias

Em diversos momentos de sua história, Porto Murtinho foi cenário de tragédias envolvendo o Rio Paraguai – de naufrágios a alagamentos generalizados durante as cheias. O mais famosos deles foi o alagamento ocorrido em 1982, quando a cidade inteira ficou debaixo d’água e todos os moradores foram realocados temporariamente num acampamento a 6km da zona urbana, que ficou conhecido como “Cidade de Lona”.

Foi por isso que o dique de contenção, que protege toda a cidade, foi construído. Porém,, em abril de 2008 teve início a obra do aterro e das paredes de contenção, devido ao desbarrancado que se formava em torno do dique. O objetivo era proporcionar mais segurança à estrutura.

“Mas houve várias denúncias de que a obra foi mal feita, de que não recebia a devida manutenção. É uma situação muito grave porque esse dique é a principal forma de contenção das cheias do rio. A Prefeitura não tem capacidade de executar grandes obras, então só fazemos sempre pequenos reparos, limpeza, tapamos buracos… Mas, são 33 anos sem a devida manutenção, sem equipamentos adequados”, conclui Benitez.