Sequência de bate-bocas, ‘padre de festa junina’ e gafes com nomes: veja em oito tópicos como foi o debate da TV Globo

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Os dez direitos de resposta concedidos aos candidatos, além de outros tantos negados, retratam o clima bélico do último debate entre os presidenciáveis antes do primeiro turno, promovido na noite desta quinta-feira pela TV Globo. Com bate-bocas e controvérsias do início ao fim, os embates viraram “uma fábrica de memes” nas redes sociais. Mas, em alguns momentos, passaram tanto do tom que obrigaram o jornalista William Bonner, mediador do encontro, a intervir repetidas vezes para advertir os postulantes ao Palácio do Planalto sobre as regras que deviam ser seguidas. As propostas para o Brasil, na maior parte do tempo, foram deixadas de lado. Já as acusações se dirigiram a todos os lados, não se restringindo aos líderes das pesquisas, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL). Veja quais foram os momentos mais quentes do debate.

Pode ser uma imagem de 1 pessoa e texto que diz "o Padre já foi?"

Hostilidades e guerra de direitos de resposta

Já no primeiro bloco, os ânimos se mostraram exaltados entre Bolsonaro e Lula, a três dias do primeiro turno. Não houve um único embate direto entre os dois. Mas um mirou no outro enquanto estavam diante dos demais candidatos. Eles só interagiram na batalha de pedidos de direito de resposta que travaram. Duelo que começou nos primeiro minutos do encontro. O candidato à reeleição dialogava com Padre Kelmon (PTB) e, ao levantar o tema da corrupção, acusou o petista de “chefe da roubalheira” e “ex-presidiário”. Lula, então, obteve o primeiro direito de resposta. E depois de seu rival resistir a deixar o púlpito, contra-atacou, falando em quadrilhas da “rachadinha” e da “vacina”:

— Ele falar de quadrilha comigo? Ele precisava se olhar no espelho e ver o que está acontecendo durante o governo dele. O que foi a quadrilha da vacina, de um dólar por vacina? Se quer pedir direito de resposta, peça à CPI (da pandemia). Quando vier ao microfone, você se comporte como um presidente e respeite quem está assistindo. Não minta.

Bolsonaro, então, pôde se defender, mas continuou na ofensiva.

— Que dinheiro de propina? Nada tem sobre meu governo. Deixa de mentir. Toma vergonha na cara — disse ele, chamando Lula de “mentiroso” e “traidor da pátria”.

Motivo para que Lula, de novo, pudesse voltar a manifestar:

— Vou fazer um decreto acabando com seu sigilo de 100 anos. Saber o que esse homem esconde por 100 anos. Presidente, quando aparecer aqui (no púlpito), por favor, minta menos!

Foram apenas os três pedidos de resposta do total de dez do debate. Lula e Bolsonaro obtiveram, cada um, quatro. Padre Kelmon teve direito a um, e Soraya Thronicke (União Brasil) a outro.

Debate na Globo: Comentaristas do g1 e da GloboNews avaliam desempenho dos candidatos à Presidência;

Comentaristas do g1 e da GloboNews analisaram o desempenho dos candidatos à Presidência da República no debate da TV Globo, nesta quinta-feira (29). Participaram do debate Ciro Gomes (PDT), Jair Bolsonaro (PL), Lula (PT), Felipe d’Avila (Novo), Simone Tebet (MDB), Soraya Thronicke (União Brasil) e Padre Kelmon (PTB).

Seguindo a lei eleitoral, foram convidados os candidatos de partidos com representação no Congresso Nacional de, no mínimo, cinco parlamentares e sem impedimento na Justiça, seja eleitoral ou comum.

Este foi o último debate presidencial antes do primeiro turno das eleições, marcado para domingo (2). O debate foi transmitido simultaneamente pela TV Globog1GloboNews e Globoplay.

Os colunistas do g1 e da GloboNews avaliaram que o debate foi marcado pelo clima tenso no primeiro bloco e pelo embate entre Lula e Padre Kelmon.

Bolsonaro trai coligação com Eduardo Riedel e anuncia apoio a Capitão Contar

Anúncio foi feito durante debate da TV Globo, em rede nacional, e implode aliança com o PSDB costurada por Tereza Cristina

O presidente da República e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL), desceu do muro anunciou seu apoio a Capitão Contar ao governo de Mato Grosso do Sul, durante o debate da TV Globo, ao exercer um direito de resposta à senadora e candidata à presidente Soraya Thronicke (União Brasil).

“Eu não tinha tomado partido no tocante às eleições para governador do Estado. A partir desse momento, da forma que a candidata se dirigiu à minha pessoa. Eu quero apelar a todos de Mato Grosso do Sul. Votem no Capitão Contar para governador. É a melhor opção para este Estado”, disse Bolsonaro.

A declaração de Jair Bolsonaro pegou de surpresa e foi vista como uma traição dentro do quartel-general da campanha do PSDB, que está coligado com o PL de Bolsonaro e tem Eduardo Riedel como candidato ao governo de Mato Grosso do Sul.

Durante todo o ano, Jair Bolsonaro esteve mais próximo de Eduardo Riedel. O recebeu duas vezes em Brasília, e esteve com o tucano duas vezes em Mato Grosso do Sul, em uma aliança que tinha a ex-ministra da Agricultura, deputada federal e candidata à senadora, Tereza Cristina (PP).

No debate da TV Globo, Bolsonaro pediu direito de resposta depois de ter sido acusado por Soraya Thronicke de ter traído Capitão Contar em Mato Grosso do Sul. “Abandou a bandeira do combate à corrupção, abandonou o mercado liberal, abandonou o partido que lhe abraçou, e abandona os candidatos, Capitão Contar, que a vida inteira o apoiou, o senhor não apoia. Enfim, é um traidor da pátria”, disse Soraya.

“A resposta que a gente pode dar a uma pessoa que não tem a menor gratidão, é eleger um governador do Estado perfeitamente alinhado com o agronegócio, com as pautas conservadoras e com a moralidade. Para governador de Mato Grosso do Sul peço a você: votem Capitão Contar”, disse o presidente da República.

Em seguida, Soraya Thronicke ao comentar a declaração do presidente, mandou um recado para o capitão de Mato Grosso do Sul. “Você me deve essa hein Contar”