Parentes, amigos e fãs se despedem de Milton Gonçalves em velório

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Parentes, amigos e fãs se despediram do ator e diretor Milton Gonçalves, em uma cerimônia realizada no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. O artista, que morreu em casa nesta 2ª feira (30.mai), deixa um legado de amor à dramaturgia

Na despedida, o manto do time junto ao ilustre flamenguista, e a bandeira da Acadêmicos de Santa Cruz, que tornou o ator sua maior estrela no carnaval deste ano. Já a Mangueira, escola do coração, fez o samba ecoar.

“Nos momentos mais difíceis, nas gravações mais complexas. ele sempre vinha com uma bebidinha, um sanduíche, uma piada, um suporte pra transformar o ambiente num ambiente melhor. é isso. fica a saudade e a perpetuação desse olhar dele, desse sentimento dele”, disse a filha, Alda Gonçalves.

Com mais de 60 anos de carreira, o ator integrou o elenco de dezenas de peças de teatro, novelas, minisséries, programas de TV, e também atuou em mais de 70 filmes. O último foi “Pixinguinha, um homem carinhoso”, lançado no ano passado.

Nas telas e sobre os palcos, Milton Gonçalves se consagrou como um dos maiores atores brasileiros e fez mais que isso. Durante toda a vida, lutou pelo reconhecimento do trabalho dos artistas negros.

“Meu pai foi um guerreiro. Lá atrás, não existia salário astronômico pra ator. Lá atrás, na década de 60, um neguinho de 33 anos, falando “neguinho”, brincando, mas assim, era muito difícil de abrir as portas, e ele abriu”, diz o filho Maurício Gonçalves.

Vítima de complicações de um acidente vascular cerebral (AVC), aos 88 anos, Milton Nascimento era uma referência para várias gerações. “O Milton é um grande referencial, independente de etnia, mas de profissional exemplar”, disse o ator Tony Garrido.

O ator Lázaro Ramos se emocionou ao falar sobre as memórias do ídolo na infância: “é um ator de uma competência que, inclusive, não tem comparativo até hoje.Era quem eu queria ser. É isso”.

Após o velório, o corpo seguiu para a cerimônia de cremação, restrita à família.