Paraguai se apropria de imóvel apreendido de traficante brasileiro

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Imóvel avaliado em em US$ 6 milhões (cerca de R$ 22 milhões), confiscado pelo Paraguai em 2009 do traficante de drogas brasileiro Jarvis Chimenes Pavão, foi registrado em nome do Estado, segundo informou hoje o procurador-geral do Paraguai, Sergio Coscia. Pavão foi extraditado ao Brasil no ano passado, depois de cumprir pena por lavagem de dinheiro no país vizinho.

Conforme disso o procurador-geral em entrevista coletiva, é a primeira “vez na história do Paraguai” que são concluídos os trâmites de registro de imóveis em nome do Estado “provenientes de investigações do crime organizado”.

De acordo com o procurador-geral, o imóvel em questão é o sítio “4 filhos”, localizado no departamento de Concepción, que conta com três casas que pertenciam a uma empresa de Pavão. O local foi interditado em 2009 em uma operação contra o traficante, acusado de liderar de uma rede de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro entre Paraguai e Brasil.

O julgamento de Jarvis Chimenes Pavão, que foi detido naquela ocasião, se estendeu até 2014. A sentença foi dada em 2015, quando se iniciaram os trâmites para o registro do sítio em nome do Estado.

Coscia ressaltou que mais portas se abriram com esse registro. Segundo ele, “foi iniciado o procedimento” para que “muitos mais imóveis” relacionados com o crime organizado sejam “recuperados” pelo Estado.

A diretora da Secretaria de Prevenção de Lavagem de Dinheiro (Seprelad), María Epifania González, ressaltou a importância do fato e disse que “quando os bens retornam ao Estado, fechamos o círculo do sistema de luta contra o crime organizado”.

Coscia, que não confirmou a futura utilidade do imóvel, afirmou que “com isto se comprova a firme intenção” do governo paraguaio “de não parar a briga contra o crime organizado”.

Pavão cumpre uma pena de 17 anos de prisão por lavagem de dinheiro, narcotráfico e associação ao crime no Brasil, para onde foi extraditado pelo Paraguai em dezembro do ano passado, após ter cumprido uma pena de 8 anos no país vizinho por evasão fiscal e lavagem de dinheiro.