Com salários atrasados, funcionários da Sesai fazem protesto em Amambai

0

Amambai (MS)- “Queremos respeito, saúde é um direito”, era o que diziam as manifestações dos funcionários da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) de Amambai, na manhã desta segunda-feira (27), quando protestaram contra os dois meses de atraso nos salários.

Vestidos de preto, munidos de cartazes, ao som de apitos e dizeres que exigiam respeito, os servidores, que estão em greve parcial desde a quinta-feira (23) saíram em caminhada pela avenida Pedro Manvailler e se dirigiram até a Câmara Municipal de Amambai.

Yuri Faustino, coordenador técnico da Missão Caiuás / Foto: Moreira ProduçõesYuri Faustino, coordenador técnico da Missão Caiuás / Foto: Moreira Produções

De acordo com a presidente do Conselho Local de Saúde Indígena, Crescência Martins, 106 servidores do polo em Amambai estão há quase dois meses sem receber, o quem tem comprometido sua qualidade de vida e ferido seus direitos.

Yuri Faustino, coordenador técnico, explicou que o pagamento ainda não foi feito porque o Ministério da Saúde ainda não efetuou o repasse para a conta da Missão e garantiu que assim que tal repasse for feito, os servidores receberão. Yury infoma que as informações foram repassadas pelo Disei, em Campo Grande.

Manifestantes se reuniram em frente a Casa de Saúde Indígena (Casai) de Amambai / Foto: Moreira ProduçõesManifestantes se reuniram em frente a Casa de Saúde Indígena (Casai) de Amambai / Foto: Moreira Produções

Ele ainda orientou que os profissionais que decidirem se manter em greve até o recebimento, que deve acontecer até o dia 31 de maio, pensem na comunidade indígena que é atendida por eles e que tentem manter os serviços essenciais.

Os profissionais então explicaram que assim tem sido feito desde a deflagração da greve. E que,a partir de hoje, o expediente será então só na parte da manhã.

Profissionais foram até a Câmara Municipal

A manifestação culminou com os profissionais se dirigindo até a Câmara Municipal, onde acontecia a sessão legislativa da semana. O ato contou com o apoio do cacique da aldeia Porto Lindo, do muncípio de Paranhos, Roberto Carlos Martins.

Cacique da aldeia Porto Lindo, Roberto Carlos e o vereador Ismael Kaiowá / Foto: Moreira ProduçõesCacique da aldeia Porto Lindo, Roberto Carlos e o vereador Ismael Kaiowá / Foto: Moreira Produções

O vereador Ismael Kaiowá solicitou à mesa diretora da Casa de Leis que o cacique fizesse uso da palavra durante os sete minutos disponíveis na tribuna livre. Para o parlamentar, o atraso nos salários, bem como a falta de remédios e a precariedade na manutenção de veículos da Sesai são uma falta de respeito com a comunidade indígena.

O pedido então foi votado e aceito por unanimidade pelos demais vereadores.

Roberto Carlos então pediu o apoio dos parlamentares nesta causa, ressaltando que a saúde é um direito de todos, assim como o salário é um direito de todos os trabalhadores.