Um dia após receber a alta, trabalhador rural morre de coronavírus

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Homem passou 20 dias internado no Hospital da Vida, em Dourados, e morreu em casa, no assentamento rural Guanabara, em Amambai  –

HÉLIO DE FREITAS – CAMPO GRANDE NEWS

Morador no Assentamento Guanabara, no município de Amambai, trabalhador rural de 69 anos de idade é a 66ª vítima da covid-19 em Mato Grosso do Sul. Foi a quarta morte confirmada hoje pela Secretaria Estadual de Saúde – duas foram em Dourados e outra em Nova Andradina.

Depois de passar 20 dias internado no Hospital da Vida, em Dourados, ele morreu em casa na madrugada de desta sexta-feira (26). É a primeira morte pelo novo coronavírus em Amambai, que tem 16 casos confirmados e 50 aguardando resultado. Seis pacientes já estão recuperados.

De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, o homem tinha histórico de doença cardiovascular crônica e diabetes. O paciente estava internado desde 5 de junho no hospital de Dourados e teve alta ontem. Ele então foi levado de volta para Amambai e morreu em casa. O diagnóstico positivo para coronavírus ocorreu no dia 16 de junho.

Conforme o site A Gazeta News, o paciente foi o oitavo cidadão de Amambai diagnosticado com covid-19. A Vigilância Epidemiológica do município informou que ele morreu por volta de 5h da madrugada no assentamento Guanabara, que fica a 80 quilômetros da cidade de Amambai.

Por atraso para confirmar covid, Francisca teve despedida com abraços em velório

Com doenças cardíacas, pulomonares e diabetes, Francisca foi

Foto: ARQUIVO DE FAMÍLIA

Por atraso para confirmar covid, Francisca teve despedida com abraços em velório

Francisca, aos 55 anos, deixou sete filhos e nove netos

LUCIA MOREL – CAMPO GRANDE NEWS

Aos 55 anos, Francisca Vieira da Silva, foi a primeira a morrer do novo coronavírus na cidade de Naviraí, a 363 Km de Campo Grande. Com diversas comorbidades, ela foi internada para tratar um problema no coração e acabou infectada com a doença. Segundo a família, Francisca se infectou na Santa Casa do município.

Pelo menos 40 pessoas participaram do velório, que durou duas horas. Familiares do Paraná também vieram.

A família revela ainda muita “confusão” no diagnóstico, com resultados negativos para covid-19 e o que deu positivo, saindo apenas um dia depois do sepultamento, depois de filhos, netos e outros familiares se despedirem com beijos e abraços de Francisca.

Pelo menos 40 pessoas participaram do velório, que durou duas horas. Familiares do Paraná também vieram.

Em isolamento, Camila Daiene Silva de Oliveira, 26 anos, a filha caçula de Francisca, conta que o velório seguiu trâmites “normais” e sem os cuidados habituais quanto a distanciamento e fechamento do caixão porque não havia resultado positivo para covid-19.

“O velório foi aberto, porque o resultado só saiu um dia depois. Agora, é certeza que estamos com medo, veio gente de fora, todos fomos expostos, abraçamos, beijamos, é nossa mãe, afinal, mãe é mãe”, sustentou, lembrando que a mãe dela passou por dois testes rápidos, que não detectaram a doença, que só foi confirmada um dia depois com o resultado do teste molecular.

Portadora de doença cardiovascular crônica, pneumopatia crônica e diabetes, Francisca foi internada na Santa Casa de Naviraí com problemas no coração em 14 de junho, foi liberada e voltou a ser internada em 19 de junho e encaminhada para o Hospital de Vida, em Dourados, falecendo na última terça-feira, 23 de junho.

Camila conta que o coração de sua mãe era fraco, batia devagar, “chegando a apenas 50 batimentos algumas vezes” e tinha o dobro do tamanho normal. Por causa disso, toda família já esperava que em algum momento, o quadro de saúde se agravasse. No entanto, a covid-19 pegou todos de surpresa e não seria exagero acreditar que precipitou o falecimento.

Sobre o fato da mãe ter se infectado na Santa Casa da cidade, Camila avalia que “ela não seria a primeira”, já que segundo ela, várias pessoas já se contaminaram no local e são pelo menos 22 profissionais de enfermagem já atingidos pela doença.

“Minha mãe era tudo pra mim. Sou a caçula, sempre morei com ela e cuidei dela”, revela a filha, que tem dois filhos e além deles e do marido, passará a morar também com irmão mais velho que é especial, Claudinei Vieira Santiago, de 43 anos, que era cuidado pela mãe. Francisca deixa sete filhos e filhas e ainda nove netos.

Sobre o fato da mãe ter se infectado na Santa Casa da cidade, Camila avalia que “ela não seria a primeira”, já que segundo ela, várias pessoas já se contaminaram no local e são pelo menos 22 profissionais de enfermagem já atingidos pela doença.

“Minha mãe era tudo pra mim. Sou a caçula, sempre morei com ela e cuidei dela”, revela a filha, que tem dois filhos e além deles e do marido, passará a morar também com irmão mais velho que é especial, Claudinei Vieira Santiago, de 43 anos, que era cuidado pela mãe. Francisca deixa sete filhos e filhas e ainda nove netos. – CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS

Sobe a situação, o gerente de saúde da Prefeitura de Naviraí, Welligton Santussi, afirmou que pelo protocolo municipal em casos de mortes que não sejam por covid, decreto prevê velório de no máximo duas horas, com caixão aberto e máximo de dez pessoas na capela.

Como não se sabia no dia do falecimento que Francisca tinha o novo coronavírus, as medidas de caixão lacrado e enterro imediato não foram adotadas. Ele explicou que o teste molecular foi feito por “desencargo”, já que Francisca não teve sintomas específicos da doença.

“O teste rápido, identifica a infecção a partir do oitavo dia de contágio e o molecular, no terceiro. Então sabemos que ela estava entre o terceiro e o sétimo dia de contágio, por isso os exames deram negativo”, explicou.

Diante disso, o secretário afirmou que todos os familiares e amigos que tiveram contato com o corpo de Francisca estão em isolamento. Os quatro parentes do Paraná foram enviados para suas casas em veículo do município, para evitar o transporte público rodoviário.

Com relação à possível infecção dela na Santa Casa do município, Santussi afirma que “é possível, mas não temos como afirmar”, já que a cidade está em transmissão comunitária e familiares de Francisca, segundo ele, já haviam ficado em isolamento anteriormente por terem apresentado sintoma de covid.