Falta de luvas pode prejudicar a saúde em MS

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As perspectivas para um safra 2019/2020 de milho no Mato Grosso do Sul não são as mais positivas, principalmente considerando a instabilidade climática. Com o plantio já concluído, como as preocupações do setor produtivo voltam para a falta de luvas no período de desenvolvimento das lavouras. 

De acordo com o Boletim Casa Rural elaborado pela Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), na terceira semana do mês de abril, o principal problema de lavagem e irregularidade das luvas em todas as regiões do Estado. Conforme o sistema de Monitoramento Agro Meteorológico (Agritempo), até o dia 22 de abril, algumas áreas atingem 17 dias de estiagem.

“Ainda estamos na metade da safra de milho. Muito pode acontecer com relação ao clima e isso afeta diretamente as prospecções em relação à produção e reprodução para a 2ª safra de milho em MS ”, informou o gerente técnico da Famasul, José de Pádua.

 Uma área plantada é estimada em 1.944 milhões de hectares, redução de 9,02% em comparação com dados do safra 2018/2019, quando uma área de cobertura encontrada 2.173 milhões de hectares. Sobre uma análise das áreas, o setor produtivo ainda não tem uma projeção. “Há estimativas de redução na área plantada, como já foi informado nos nossos boletins agrícolas, e como as equipes seguem, executadas pela Famasul, Aprosoja e Governo de MS, seguem monitorando como lavouras, bem como as estatísticas relativas a cada região do Estado” , informou Pádua.

O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Mato Grosso do Sul (Aprosoja-MS), André Dobashi, avançou para o Correio do Estado com uma perda da melhor janela de fábrica, até 10 de março, a Embrapa já havia emitido um alerta especificado a possibilidade de geada. “Principalmente na região mais ao sul do Estado, no fim de junho de 2020. Por isso, tome uma decisão de redução da área plantada foi acertada”, considere Dobashi, reiterando uma preocupação com o clima.  

Uma previsão de tempo estendida indica os próximos 15 dias, não há possibilidade de chuva para o Estado.

MERCADO

Uma saca de milho sofreu desvalorização de 4,75% entre 13 e 20 de abril em Mato Grosso do Sul. O cereal encerrou o período negociado a R $ 41,75 por saca. As praças de Caarapó e Dourados registraram uma maior desvalorização no período sendo cotadas a R $ 41,00. O preço médio do mês de abril ficou em R $ 45,10 / sc, nenhum comparativo com abril do ano passado, houve avanço nominal de 62,10%, quando o cereal estava cotado, em média, a R $ 27,82 .

Como cotações têm reflexo no cenário internacional de cereais, diante da desvalorização da gasolina, a demanda pelo cereal no mercado externo é retraída. O gerente técnico da Famasul, explicou que a desvalorização do grão no mercado internacional já era esperada. Desde o início da pandemia, houve pouca demanda pelo milho, principalmente com a redução do consumo de gasolina, que tem etanol na sua composição.  

“Essa movimentação mundial pode não ter grandes reflexos no MS. Por aqui, como os estoques de milho estão menores e a produção da 2ª safra pode ser inferior a anos anteriores, a tendência é que os preços se mantenham firmes. Além da oferta de cereal ser menor, grande parte de sua produção permanece no País, sendo absorvida pela indústria de proteínas de bovinos, aves e suínos ”, disse Pádua.