Antes de ser ministro, Mandetta conheceu o inferno e o céu na vida pública

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Empregado na vida pública pela primeira vez em janeiro de 2005, pelo então prefeito de Campo Grande, Nelsinho Trad (PTB), e proclamado pelo presidente eleito Jair Bolsonaro para comandar o Ministério da Saúde, o deputado federal Luiz Henrique Mandetta (DEM), 53, médico ortopedista, viveu entre o inferno e o céu neste período de 13 anos.

A estimativa da receita do ministério chefiado por Mandetta, em 2019, é de R$ 128 bilhões. Para se ter uma ideia da dinheirama administrada pelo futuro ministro sul-mato-grossense: o total arrecadado pela prefeitura campo-grandense, neste ano, deve alcançar a cifra de R$ 3,7 bilhões, ou seja, volume perto de 35 vezes inferior ao recurso anual do Ministério da Saúde.

Secretário de Saúde da prefeitura de Campo Grande (2005-2010), Mandetta enfrentou falta de pessoal, intervenção no maior hospital da cidade, a Santa Casa, denúncia de convênio irregular e ainda a suspeita de ter sido favorecido com um programa que custou milhões de reais sem nunca ter funcionado.

Já como parlamentar por dois mandatos, ele propôs projetos com a intenção de melhorar a vida de profissionais da saúde, crianças e de preservação à natureza.

CPI

Em 4 de outubro de 2013, quatro anos atrás, o então deputado federal Mandetta, por mais de quatro horas, fora encurralado por perguntas de vereadores que integravam a CPI da Saúde, comissão criada para investigar supostas irregularidades em repasses de recursos municipais para o Hospital do Câncer.

À época, Mandetta ocupava o primeiro mandato de deputado federal. Em março de 2013, já parlamentar, a Polícia Federal deflagrou a operação Sangue Frio, investigação que motivara o indiciamento de ao menos 20 pessoas.

Os vereadores quiseram saber como a secretaria municipal de Saúde não havia enxergado eventuais irregularidades que enriqueceram diretores da instituição que seria filantrópica.

Mandetta havia sido substituído por Leandro Mazina, cunhado de Nelsinho.

Numa das questões, o futuro ministro disse que não “via nada de errado” no fato de o médico oncologista Adalberto Siufi, então chefe do hospital do Câncer receber dinheiro do hospital do Câncer, do Hospital Universitário e ainda da Neorad, empresa dele que fazia sessões de radioterapia para pacientes cuidados pelo sistema de saúde municipal.