Aldo: “Se eu puder desafiar o cara que vai me dar dinheiro, é isso que eu quero”

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As grandes lutas, envolvendo cifras milionárias, mudaram a mentalidade dos lutadores do Ultimate. É nesta linha de raciocínio que José Aldo, ex-campeão peso-pena do UFC, acredita. O manauara, em entrevista ao Combate.com, nesta quinta-feira, em Calgary, no Canadá, afirmou que a maioria dos atletas da organização, atualmente, coloca o dinheiro em primeiro plano, deixando de lado o desejo de conquistar o cinturão.

José Aldo frisa que, por ter reinado durante dez anos no topo da categoria, hoje dá mais valor a um confronto que envolva bolsas polpudas do que a um embate pelo título. É por isso que ele afirma que enfrentaria dez vezes o irlandês Conor McGregor.

– Para mim, isso já passou há muito tempo. Quem geralmente sempre volta nesse assunto é a mídia brasileira. Vamos falar a realidade, e a realidade é que todo mundo quer lutar com aquele cara que traz dinheiro. Ninguém está pensando em título. Se hoje em dia fosse botar uma luta pelo cinturão ou uma luta que vá ganhar muito dinheiro, você vai escolher uma luta que vá te dar muito dinheiro. O título tem um peso sim, sempre visualizei o título e esqueci um pouco esse lado. Hoje em dia não, já penso totalmente diferente. Hoje queria fazer até dez lutas com Conor McGregor, não importa o resultado que tivesse. Não é questão de revanche, mas quanto dinheiro ele traz. O Cormier ganhou o título e quem foi o primeiro cara que ele desafiou? A mídia tem que pensar que é o dinheiro que vale, não é o currículo. Lógico, você tem esse fato, mas se a luta grande for pelo dinheiro todo mundo vai escolher por esse lado. A mesma coisa comigo, hoje em dia se eu puder desafiar o cara que vai me dar o dinheiro é isso que eu quero, não importa se o cara é o último ou é o primeiro. O que quero é isso, muito mais que o título. Ainda mais porque o título já tive por muito tempo na cintura.

Encarada entre o brasileiro e o americano foi séria, porém sem atrito (Foto: Marcelo Barone)

Encarada entre o brasileiro e o americano foi séria, porém sem atrito (Foto: Marcelo Barone)

José Aldo também falou sobre a dificuldade comum a todos os atletas com o corte de peso. Em todas as 11 lutas que fez pelo UFC, o brasileiro precisou bater 65,8kg, já que todas elas tinham o cinturão em jogo e não tinha a libra (0,45kg) de tolerância. Agora, para enfrentar Jeremy Stephens neste sábado, pode pesar até 66,2kg. Uma diferença considerável.

– O corte de peso é sempre uma coisa chata, mas hoje em dia a gente já bebe bastante água, então isso ajuda muito, dá outro ânimo. A gente vem batendo o peso bem, todos os dias temos batido a meta, isso que é importante. Espero que o peso seja bem tranquilo, faltam só dois dias, e se fosse hoje seria até melhor, já resolvia esse problema. A gente ganha nisso também (pela luta não ser pelo título), são quase 500g a mais, ajuda bastante (…). Faltavam três quilos, mas agora já comecei a beber líquido de novo, e agora a gente faz um trabalho de super-hidratação, então sobe um pouco. Amanhã vai faltar bem pouco já.

Dono de um cartel com 26 vitórias e apenas quatro derrotas, Aldo revelou ainda como tenta tirar o foco da dificuldade de cortar o peso. Além do papo com a equipe no quarto do hotel, o lutador de 31 anos aproveita para se inspirar em grandes campeões

 Procuro ficar conversando com os meninos, tirar um pouco o foco disso, e ficar vendo vídeo também, mentalizando a luta. Fico vendo vídeos de lutas que possam me ajudar no sábado. Sempre faço um pouco isso para tentar tirar um pouco desse lado da fome e da perda de peso (…). Gosto de ver lutadores que me inspiro, lutadores que possam me ajudar, procuro me atualizar vendo vídeo de campeões em grandes eventos, procuro ver e buscar um detalhe que possa me ajudar.

Luta, que terá previsão de três rounds, é a penúltima do evento (Foto: Marcelo Barone)Luta, que terá previsão de três rounds, é a penúltima do evento (Foto: Marcelo Barone)

Luta, que terá previsão de três rounds, é a penúltima do evento (Foto: Marcelo Barone)

José Aldo também minimizou o fato da saída de seu treinador Dedé Pederneiras deixar a liderança da equipe carioca Nova União. Ele lembrou que Dedé está ao seu lado no Canadá e estará com ele até sua última luta na carreira.

– Não influenciou (no camp isso), o Dedé está comigo, a gente vai até o final juntos. É mais na parte de jiu-jítsu que ele saiu um pouco de lado. Pelo fato de a gente estar mais focado no MMA, não estava indo tão a fundo no jiu-jítsu. Fico bem tranquilo, sei que nessas últimas lutas do contrato com o UFC onde eu lutar ele vai estar comigo.

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