O presidente da Bolívia, Evo Morales, anunciou na manhã deste domingo (10) que decidiu renovar os membros do Tribunal Superior Eleitoral e convocar novas eleições.
Mais cedo, OEA afirmou que houve irregularidades na eleição de 20 de outubro, que vem sendo alvo de protestos da oposição.
“[Decidi] convocar novas eleições nacionais que mediante ao voto permitam ao povo boliviano eleger democraticamente suas novas autoridades, incorporando novos atores políticos”, afirmou.
O presidente, que no sábado chamou a oposição para dialogar, pediu que a “paz e a democracia sejam preservadas”.
Confrontos nas ruas
Grupos pró e contra Morales se enfrentaram as ruas de cidades bolivianas na quarta-feira (6). Em Cochabamba, houve confrontos com paus, pedras e rojões, e alguns estudantes usaram uma espécie de bazuca artesanal. O canal de TV Unitel mostrou jovens com escudos de metal para se proteger dos objetos lançados.
Um estudante de 20 anos morreu durante os choques entre opositores e partidários do presidente, que também deixaram 50 feridos.
Ele não foi o primeiro: dois homens morreram na semana retrasada, baleados durante um protesto em Montero, na região de Santa Cruz.
Entenda como começou a crise
O órgão responsável por computar os votos apontou o seguinte resultado final:
- Evo Morales: 47,07% dos votos
- Carlos Mesa: 36,51%
Como a diferença entre Morales e Mesa foi de mais de 10 pontos percentuais, o atual presidente foi reeleito para seu quarto mandato.
Antes desses números serem publicados houve uma indefinição: inicialmente, havia um método mais rápido e preliminar de apuração, e um outro, definitivo e mais lento, onde se conta voto a voto.
Os números dessas duas contagens começaram a divergir, e a apuração mais rápida, que indicava que haveria um segundo turno, foi suspensa.
Evo Morales convoca a nuevas elecciones