Ministro do PSDB diz que partido deu ‘tiro’ no ‘próprio pé’ em vídeo sobre ‘erros’

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Na propaganda partidária exibida nesta quinta, PSDB disse que errou ao aceitar como ‘natural’ a troca de favores individuais em prejuízo ‘da verdadeira necessidade do cidadão brasileiro’.

O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes (PSDB-SP), afirmou nesta quinta-feira (17) no Facebook, ao comentar a propaganda partidária exibida pelo PSDB, que o partido deu um “tiro” no “próprio pé”.

Na gravação, de dez minutos, a legenda diz que errou ao aceitar como “natural” a troca de favores individuais em prejuízo da “verdadeira necessidade do cidadão brasileiro”.

“Eu diria aos que conceberam e aprovaram essa mensagem: alto lá! Os governos tucanos que apoiei ou dos quais participei não se reconhecem nessa caricatura. Tenho 30 anos de vida parlamentar e nunca recebi dinheiro ou pedi vantagens para apoiar as agendas em que acredito”, publicou o ministro no Facebook.

“O PT, aliás, do Lula ao mais modesto dos seus aderentes, deve estar dando gargalhadas diante desse enorme tiro que a direção interina do PSDB desferiu no nosso próprio pé”, acrescentou Aloysio Nunes na rede social.

‘Presidencialismo de cooptação’

No vídeo, o PSDB critica o atual sistema de governo e defende uma mudança para o parlamentarismo. Na visão do partido, o presidencialismo de coalizão “ficou antigo e ganhou muitos vícios”. O locutor, então, diz que o modelo, “que pode ter funcionado no passado”, se transformou em um “presidencialismo de cooptação”.

“Presidencialismo de cooptação é quando um presidente tem que governar negociando individualmente com políticos ou com partidos que só querem vantagens pessoais e não pensam no país. Uma hora apoia, outra não. E, quando apoia, cobra caro”, afirma a propaganda do PSDB.

Apesar de criticar o presidencialismo de coalizão, o PSDB, atualmente, comanda quatro ministérios no governo Michel Temer: Cidades, Relações Exteriores, Direitos Humanos e Secretaria de Governo.

Na postagem no Facebook, Aloysio Nunes afirma que Temer se empenha, “com coragem e determinação”, para fazer com que as reformas “essenciais” para o país sejam aprovadas e o Brasil chegue a 2018 “um pouco mais arrumado”.

Imagem mostra trecho da mensagem publicada pelo ministro Aloysio Nunes no Facebook (Foto: Reprodução)
Imagem mostra trecho da mensagem publicada pelo ministro Aloysio Nunes no Facebook (Foto: Reprodução)

“O presidente Temer teve a visão e a habilidade política de transformar o amálgama de forças heterogêneas que resultou independente, em uma maioria positiva para apoiar uma ambiciosa agenda reformista. Para isso, compôs um governo em que estão presentes representantes de partidos da antiga situação, com os da antiga oposição, PSDB inclusive”, publicou o ministro.

“Pergunto aos marqueteiros: o apoio do PSDB ao governo Temer, os cargos que ocupamos, foram negociados por baixo do pano, por fisiologismo ou apego aos cifrões que aparecem nos olhos dos bonequinhos em que o programa representa ‘os políticos’? […] Que se aponte com clareza quem são os impuros, porque eu, como ministro, não visto a carapuça”, completou.

Propaganda ‘ofende’ PSDB

Na noite desta quarta, outro ministro do PSDB, Antonio Imbassahy (Secretaria de Governo), divulgou nota na qual disse que a propaganda partidária “ofende fortemente” a legenda e coloca o PSDB em uma posição “extremamente ruim e desconfortável, como se fosse o culpado por todos os problemas”.

A gravação, acrescenta o ministro, apresenta colocações “rasas, genéricas, e não teve a coragem de apontar os culpados pelos vícios e mazelas”.

“Em vez de fortalecer o partido e apresentar contribuições ao país, preferiu-se expor, em rede nacional, uma divisão interna que, a meu ver, já havia sido superada. As dificuldades e divergências precisam ser resolvidas com diálogo e equilíbrio e não com atitudes autoritárias e desagregadoras. Desconheço que o conjunto do partido tenha sido consultado sobre o que foi ao ar”, disse Imbassahy na nota.

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