Diálogo não é aliança, diz PSDB sobre aproximação com PT

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Apesar de a crise política ter aproximado PT e PSDB nas críticas contra o governo Bolsonaro sobre as falhas no enfrentamento à pandemia, a ideia de os dois partidos se unirem em algum momento na campanha presidencial de 2022 ainda não encontra amparo no comando das siglas. “Só radicais não dialogam. Necessário ao Brasil, diálogo não é sinônimo de aliança”, ressaltou o PSDB em nota, nesta segunda-feira (22.mar).

Apesar de acenos de FHC a Lula, presidente da legenda tucana diz que visões de mundo são diferentes

Em entrevista ao SBT News, o presidente da legenda, Bruno Araújo (PE), afirmou: “No que se referir à defesa da democracia é uma obrigação de todos os brasileiros. Como projeto de país temos visões bem diferentes”.

PSDB e PT protagonizaram o antagonismo da política nacional desde as eleições de 1994. Naquele ano e no pleito seguinte, Fernando Henrique Cardoso (PSDB) venceu o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT). FHC foi o único presidente reeleito em primeiro turno desde a redemocratização. E nos últimos dias chegou a fazer acenos em relação aos petistas e disse que votaria em Lula contra Bolsonaro em 2022.

Nos anos 2000, o PT tomou a dianteira. Lula venceu os tucanos José Serra e Geraldo Alckmin (2002 e 2006). Dilma Rousseff (PT) venceu Serra e Aécio Neves (2010 e 2014). Em 2018, o PSDB sofreu a maior derrota ao não conseguir nem sequer ir para o segundo turno da disputa. O duelo ficou entre Bolsonaro e os petistas.

Durante o enfrentamento da crise sanitária no país, no entanto, PT e PSDB que sempre estiveram em polos opostos, alinharam o discurso e têm manifestado apoio mútuo no Fórum de Governadores. O coordenador das discussões sobre vacinas no colegiado é o governador do Piauí, Wellington Dias (PT).

As alas mais flexíveis dos dois partidos agora apostam na possibilidade de uma conversa entre os dois maiores representantes das siglas, os ex-presidentes Lula e FHC para ver se têm como unir forças tendo como foco evitar a reeleição de Bolsonaro em 2022.