Dia do Policial Civil é comemorado por aqueles que têm orgulho em proteger

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Amambai (MS)- “O cara que é picado pelo mosquitinho da polícia, não sai mais, vira paixão”, disse o delegado de Policia Civil em Amambai, Mikaill Alessandro Gouveia Faria no dia em que se comemora o Dia do Policial Civil, que é celebrado anualmente em 21 de abril no Brasil.

Esta data homenageia o órgão responsável pela segurança da população e a manutenção da ordem pública, seguindo as leis e normas de boa conduta em sociedade.

A criação do Dia da Polícia Civil é uma homenagem à figura de Tiradentes (Joaquim José da Silva Xavier), o patrono das polícias brasileiras.

O Policial Civil em Amambai

Em Amambai eles são 20. Homens e mulheres que são imbuídos na missão de elucidar crimes e proteger a população.

“O sentimento que você tem quando consegue ajudar uma vítima em um momento difícil onde ela recorreu a você, ou quando você descobre a autoria de um homicídio tenebroso e vê que o autor foi preso, julgado e condenado, é muito bom, é indescritível”, afirma o delegado.

Principais demandas

Em Amambai, segundo o delegado, as principais demandas são a violência doméstica e o tráfico de drogas. “O número de denúncias de caso de violência doméstica tem aumentado muito nos últimos anos em Amambai, mas não que os casos estejam aumentando, mas é que agora, as vítimas estão tendo coragem de denunciar”, disse Mikail.

Sobre o tráfico de drogas, o delegado explica que Amambai é um tipo de corredor para o tráfico de drogas no Brasil, o que não prejudicaria tanto o município caso não houvesse o aliciamento de jovens amambaienses. “Amambai é corredor e a minha preocupação é quando aliciam jovens amambaienses a entrarem para o mundo das drogas, porque o cara deixa de trabalhar, de estudar, de obedecer os pais (…) se fosse apenas passagem de drogas, isso não prejudicaria cidadã, mas a partir do momento que alicia os nossos jovens, a nossa gente de bem, eu entro em ação, porque isso eu não aceito”, garantiu Mikaill.

Dificuldades enfrentadas

Para o delegado, a maior dificuldade enfrentadas pelos policiais civis é a falta de recursos, tanto humanos quanto materiais. “é uma problemática geral, falta recurso na saúde, na educação e na segurança pública não é diferente. Isso faz com que N coisas aconteçam: o serviço não anda como a gente gostaria…se cria frustrações, desesperanças, mas não se pode deixar a peteca cair, temos que lutar contra isso e continuar fazendo o nosso melhor”, afirma.

“Em compensação, quando no meio de tudo isso, você vai bolando hipóteses de acordo com as evidências é muito bom, mas quando você vê que está errado e consegue perceber isso para aceitar, é melhor ainda”, pondera o delegado.

Wescley tinha 37 anos e foi morto em março de 2018 / Foto: DivulgaçãoWescley tinha 37 anos e foi morto em março de 2018 / Foto: Divulgação

Periculosidade

O enfrentamento do perigo é inerente à função desses profissionais. Um caso recente que demonstra isso é a morte do policial civil de Ponta Porã, Wescley Vasconcelos, que no dia 6 de março foi executado com pelo menos 30 tiros de fuzil em emboscada no caminho entre a delegacia onde ele era lotado e a casa dele. O delegado de Amambai, que era amigo de Wescley e ajudou na investigação, que até o momento já resultou na prisão de dois envolvidos, afirma que um caso como esse mexe com as estruturas de toda a instituição.

“Com uma situação com essa, a gente se sente muito vulnerável, mas mesmo assim trabalhamos e nossa resposta foi rápida, porque eles mexeram com toda a instituição, eles não mataram apenas uma pessoa, eles arrancaram um irmão nosso e vamos fazer justiça”, explicou.

Apesar disso, o delegado afirma que se sente tranquilo em Amambai. “A gente sabe que nossa profissão tem risco, mas Amambai é uma cidade tranquila, claro que temos que ter sempre um olho na nuca e nunca achar que temos peito de aço, porque isso a gente não tem, eu falo que sempre tem um louco mais louco que você e por isso a gente tem que ficar esperto, mas Amambai é tranquila em relação a outras cidades e faz com que eu me sinta seguro aqui”, ressaltou.

Dia do Policial Militar: comandante da PM em Amambai fala sobre a profissão

Foto: Moreira ProduçõesFoto: Moreira Produções

Amambai (MS)- Há quem diga que é sonho, outros que é loucura, mas com certeza o que não se pode negar é a força, a persistência e a coragem de quem escolhe ser policial militar no Brasil. E neste sábado (21), o dia é especialmente deles, daqueles que sem pensar duas vezes, colocam a sua vida em risco para salvar a de outra pessoa, isso mesmo, no dia 21 de abril é comemorado o Dia do Policial Militar.

“Para nós é uma data muito importante, porque algumas pessoas não compreendem a importância de um PM para a sociedade e com esse dia, esperamos que possa haver uma reflexão sobre esse profissional e o seu papel fundamental em qualquer sociedade”, afirmou o comandante da 3ª Companhia Independente de Policia Militar (3ª CIPM) de Amambai, tenente-coronel Wesley Freire Araújo.

Ele, que é policial militar no Mato Grosso do Sul há 25 anos, atua a frente da 3ª CIPM há sete meses e fala um pouco sobre a carreira militar, das dificuldades e as melhores partes em ser policial em Amambai.

Comandante da 3ª CIPM em Amambai, tenente-coronel Wesley Freire Araújo / Foto: Moreira ProduçõesComandante da 3ª CIPM em Amambai, tenente-coronel Wesley Freire Araújo / Foto: Moreira Produções

“Eu pensava apenas em salvar pessoas, mas ao entrar, eu vi que o trabalho de um policial vai muito além e é extremamente apaixonante

— Tenente-coronel, Wesley Freire Araújo

O que é ser policial militar

Para o tenente-coronel, ser policial militar é mais que uma profissão, é um caso de amor. “Quando eu entrei para a corporação, isso há 25 anos, eu conhecia a polícia militar só de ouvir falar, que é como muitos conhecem (…) eu pensava apenas em salvar pessoas, mas ao entrar, eu vi que o trabalho de um policial vai muito além e é extremamente apaixonante, tudo que eu sou hoje, com certeza devo a Policia Militar. (…) Sempre falo que na minha vida eu tenho três paixões, uma é minha esposa, Bruna; a minha filha, Rebeca e por fim, a Polícia Militar”, comentou.

Para o comandante, a melhor parte em ser PM é servir a população e ser reconhecido. “Servir a comunidade é com certeza muito bom, ver que você ajudou uma pessoa em um momento difícil é gratificante (…) muitos têm medo da arma que o policial porta, mas eu asseguro, essa arma que carrego comigo não é para matar, mas para salvar”, disse.

Alguns dos policiais lotados na 3ª CIPM durante desfile cívico-militar / Foto: Moreira ProduçõesAlguns dos policiais lotados na 3ª CIPM durante desfile cívico-militar / Foto: Moreira Produções

Sobre valorização do PM, Wesley afirma que Amambai está no caminho certo: a população compreende e respeita a Polícia Militar. “De todas as cidades que eu passei, incluindo a Campo Grande e cidades do Pantanal, Amambai, bem como os outros quatro munícipios de atuação da 3ª CIPM, respeitam, valorizam muito o policial e sempre os querem por perto”, ressaltou.

Além de Amambai, a 3ª CIPM é responsável por atuar em Tacuru, Paranhos, Coronel Sapucaia e Sete Quedas.

Dificuldades

Nem tudo são flores. E é claro, que com a profissão de Policial Militar não seria diferente. Os policiais diariamente passam por algumas dificuldades, como explica o comandante:

Além de Amambai, a 3ª CIPM é responsável por atuar em Tacuru, Paranhos, Coronel Sapucaia e Sete Quedas.Além de Amambai, a 3ª CIPM é responsável por atuar em Tacuru, Paranhos, Coronel Sapucaia e Sete Quedas.

“A Polícia Militar é totalmente democrática, humanista, republicana e legalista”

— Tenente-coronel, Wesley Freire Araújo

“Apesar de ser uma profissão muito honrosa, é muito estressante e por isso, de acordo com estudos, policiais não vivem muito depois que se aposentam, isso porque o nível de estresse diário é muito grande.

Todos os dias quando saímos de casa, não temos certeza se voltaremos e isso é muito difícil”, explicou. E acrescentou: então no dia-a-dia, nós como chefia, buscamos sempre aliviar nosso colega, não colocar pressão, além do necessário para que cada policial cumpra seu trabalho, isso para que a saúde dos nossos policiais não seja prejudicada”.

Outro ponto que dificulta o trabalho do policial militar é o preconceito com que ele é visto em determinados momentos. Em Amambai, isso não é tão forte, mas o comandante afirma que existe.

“O governo militar no Brasil na década de 60 reflete em nós uma má fama, de autoritários e ditatoriais, mas hoje a Polícia Militar é totalmente democrática, humanista, republicana e legalista e por isso, que o nosso objetivo é entrar nas universidades, para essas pessoas vejam que nós somos diferentes (…) Muito se vê nos noticiários de casos com PM’s em grandes estados, mas não se pode generalizar, porque a Polícia Militar reflete a população de cada estado”, explica.

Profissão que inspira sonhos

Apesar de ser uma profissão de risco, com dificuldades e desvalorização, a carreira de policial militar ainda inspira sonhos e projetos de vida. Como é o caso da servidora pública, Dayane Silva Leite, de 24 anos. Ela desde a adolescência sonha em ser policial militar e agora, com a saída do edital para o concurso para PM em MS, vê a chance de realizar este sonho e ainda mudar e vida.

“Desde muito pequena sonho em ser policial, é uma profissão digna de muita admiração, é um serviço onde você deixa a sua vida em segundo plano para salvar a de outra pessoa (…) sei que eu vou conseguir, mas sei que terei muitas dificuldades pela frente, mas elas serão impulso para eu lutar mais e tornarão o dia em que eu estiver fardada, muito mais significante”, disse.

O comandante da 3ª CIPM finaliza com um recado a quem pensa em fazer o concurso: “Estude bastante, se dedique ao máximo para que você consiga entrar, porque depois de entrar, nos primeiros momentos do curso de formação, você já vai estar completamente apaixonado por este universo e não se verá mais fazendo outra coisa, assim como eu, que vivo um casamento de 25 anos de paixão pela PM”.

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