Polícia apura se mulher dirigiu carro com filho e marido mortos

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A polícia investiga se a mulher encontrada morta em uma estrada de São Bernardo, no ABC Paulista, ao lado do filho e do marido, foi obrigada a dirigir seu próprio carro com os corpos dos dois já mortos, escondidos no porta-malas, até o local onde os corpos das três vítimas foram descobertos carbonizados na terça-feira (28). As informações são da Record TV. A filha mais velha do casal, de 24 anos, e sua mulher, de 31, estão presas temporariamente sob suspeita de cometer o crime.

Também está sendo apurada a hipótese de Flaviana Gonçalves, de 40 anos, ter sido rendida antes de chegar em casa e de seu corpo ter sido transportado no porta-malas junto com os de Romuyuki Gonçalves, de 43 anos, e de seu filho Juan Gonçalves, de 15 anos.

Um laudo preliminar da polícia aponta que a família foi morta a golpes de pauladas. Uma testemunha que está sendo preservada contou aos policiais que ouviu barulhos estranhos vindos da casa onde as vítimas moravam, em Santo André.

Investigadores encontraram manchas de sangue em peças de roupa Ana Flávia Gonçalves, a filha mais velha do casal. O advogado nega a participação da jovem no crime.

O delegado do Deic (Departamento de Investigações Criminais) Paul Henry Verduraz afirmou que roupas encontradas na casa da família apresentavam manchas de sangue na altura do joelho e da genitália. Ainda segundo ele, os autores do crime – há mais de um suspeito além da filha e sua esposa – levaram da casa eletrodomésticos, R$ 8 mil e mais uma quantia em dólares.

Um elemento primordial para as investigações, segundo o delegado, foi o depoimento de uma testemunha, agora protegida pela polícia. Esta pessoa deu detalhes sobre a noite do crime, como o transporte de objetos aparentemente pesados, e a presença de um homem, de cerca de 1,90 m, junto das duas suspeitas.

O caso

Na madrugada da última terça-feira (28), três corpos foram encontrados carbonizados dentro de um carro em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. Quando as equipes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros chegaram ao local, uma zona isolada de mata, o veículo ainda estava pegando fogo.

Os corpos eram de um casal e seu filho mais novo, de 15 anos. As principais suspeitas do homicídio seguido de incêndio são a filha mais velha, de 24 anos, e sua esposa, de 31.

Na primeira visita da polícia à casa onde a família morava, os agentes encontraram o imóvel revirado, além de marcas de sangue pelos cômodos. Os investigadores acharam estranho que a residência estivesse nestas condições, uma vez que não havia sinais de arrombamento.

Um laudo preliminar da polícia apontou, antes de terem seus corpos carbonizados, as três vítimas morreram com pauladas na cabeça. Como todos os golpes foram do lado direito, a suspeita é de que o autor seja canhoto.

As suspeitas sobre a filha ganharam força depois de as imagens da câmera de segurança mostrarem que ela e a companheira estavam na casa na noite do crime. O carro das mulheres foi visto saindo ao lado do veículo onde os corpos do casal e do adolescente foram encontrados.

Em depoimento, a suspeita mencionou um possível envolvimento com agiotas, mas a Polícia Civil já tinha como uma das linhas de investigação uma possível briga familiar.

Por contradições no depoimento, o delegado responsável pediu a prisão temporária da filha e sua esposa na quarta-feira. Os pais, segundo a investigação, não aceitavam o relacionamento da filha com outra mulher.

O advogado da suspeita nega o envolvimento da cliente com o crime e disse não ter certeza se há contradições no depoimento da jovem.

O boletim de ocorrência foi registrado como homicídio qualificado, incêndio e apreensão de veículo pelo 1º DP de São Bernardo do Campo (SP), e é investigado no Setor de Homicídios da Delegacia Seccional da cidade.