Legalização do aborto na Argentina é motivo de repúdio para deputados em MS

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A legalização do aborto, aprovada nesta quarta-feira (30), na Argentina, repercutiu no Brasil e em Mato Grosso do Sul.

Nas redes sociais, o deputado estadual Herculano Borges, Solidariedade, se manifestou e mostrou repúdio pela legalização.

“É triste e lamentável quando uma sociedade, parlamentares e mídia permitem que indefesos paguem com suas vidas pela imoralidade nojenta de terceiros. Infelizmente o Aborto foi aprovado no senado argentino por 38 votos favoráveis e 29 contrários na votação do projeto de lei enviado pelo presidente Alberto Fernandez. Até a 14ª semana (3 meses e meio) de gestação as mulheres poderão fazer o procedimento na rede pública de saúde”, escreveu.

Ainda na postagem, Borges pontuou que a defesa da vida e da família devem ser prioridades dos governos.

Além dele, a deputada federal Rose Modesto, PSDB, também se manifestou. Segundo a parlamentar, a vida é o primeiro direito.

“Autorizar o aborto é tirar vidas!! É matar!! Na Argentina, o aborto foi legalizado. A mulher pode tirar de seu ventre o filho com até os 3 meses e meio de gestação. É um feto já quase formado! Mesmo sem correr risco de vida, mesmo sem ter sido vítima de estupro, mesmo sem que o filho esteja em risco. Não podemos aceitar!! Isso é crime”, finalizou.

ENTENDA 

A Argentina, terra natal do papa Francisco, se torna o maior país da América Latina a legalizar o aborto, que já é permitido no Uruguai, Cuba e Guiana, além de na Cidade do México.

“O aborto seguro, legal e gratuito é lei. Comprometi-me com ele durante os dias da campanha eleitoral. Hoje somos uma sociedade melhor, que amplia direitos para as mulheres e garante a saúde pública”, postou o presidente argentino no Twitter após a votação.

Conforme divulgado pelo governo argentino, a ideia de legalização do aborto é para evitar que as mulheres sofram a optar pelo aborto clandestino.

O governo calcula que ocorram de 370 mil a 520 mil abortos clandestinos por ano na Argentina, que tem 45 milhões de habitantes. Desde a redemocratização, em 1983, mais de 3 mil mulheres morreram devido a abortos inseguros.

Até o momento, o aborto na Argentina só era permitido em caso de estupro ou risco de vida para a mulher, de acordo com uma lei que entrou em vigor em 1921.

O texto aprovado nesta quarta-feira permite que profissionais ou estabelecimentos de saúde se recusem a fazer abortos por objeção de consciência, mas os obrigam a indicar rapidamente a paciente a outro centro hospitalar.

O Congresso também aprovou a Lei dos 1.000 dias, para apoiar com recursos e medidas de saúde mulheres de setores vulneráveis que decidam levar adiante a sua gravidez, de modo que as dificuldades econômicas não sejam um motivo para fazer o aborto.