Bancada de MS endurece críticas a Bolsonaro na marca das 300 mil mortes

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A bancada federal de Mato Grosso do Sul endureceu o tom das críticas ao presidente Jair Bolsonaro na noite desta quarta-feira (25), quando o Brasil ultrapassou 300 mil mortes por covid-19 mesmo com mudanças nos critérios do Ministério da Saúde, que gerou subnotificação de casos e óbitos.

O deputado federal Beto Pereira (PSDB), que costuma se abster de críticas ao governo estadual, foi um dos primeiros a se pronunciar. “Faltou competência para gerir a pandemia. Hoje, são 300 mil mortes. Muitas delas poderiam ser evitadas se no começo da pandemia o Governo agisse com seriedade. Agora, fica difícil acreditar em qualquer narrativa que venha do Presidente”.

“Agora, o Governo fala em compra de vacinas, reconhece o valor da ciência e coloca a culpa pelo momento de extrema gravidade em que vivemos na nova cepa. Mas chegamos a esse ponto porque faltou respeito, empatia e política pública para conter o avanço da covid e o colapso do sistema de saúde”, complementa.

A senadora Simone Tebet (MDB), que chegou a dizer que é contra o impeachment, diz que é hora de agir, possivelmente em sinal de apoio à CPI para investigar a gestão da pandemia. “O céu de estrelas habitado por brasileiros aumenta a cada dia, enquanto nossos corações se enchem de dor. São 300 mil os que partiram, muitos sem o sagrado direito à última despedida. A distância social negada por alguns fez a distância celestial para muitos. É tempo de ação”.

O deputado federal Fabio Trad destacou a primeira ação no novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que tenta maquiar os dados da covid. “Queiroga começa muito mal: devendo enfrentar o alto número de mortes com medidas de prevenção ao contágio e ações para a expansão de leitos preferiu a cômoda e desonesta fórmula de alterar critérios superficiais na contabilidade dos óbitos. Horrível!”.

Único defensor do presidente Jair Bolsonaro na bancada, Luiz Ovando saiu em defesa de Queiroga, sem comentar a marca das 300 mil vidas perdidas para doença tão brutal. “Surpresa não é o novo ministro da Saúde exigir CPF das pessoas mortas por Covid-19. Estranho é a dificuldade de explicar a queda impactante do número de óbitos após mudança de critérios”.