Trump cruza a fronteira e se torna 1º presidente dos EUA a entrar na Coreia do Norte

0

Por G1

Trump e Kim Jong-un se encontram na zona desmilitarizada entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul neste domingo (30) — Foto: REUTERS/Kevin Lamarque

Trump e Kim Jong-un se encontram na zona desmilitarizada entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul neste domingo (30) — Foto: REUTERS/Kevin Lamarque

O presidente dos EUADonald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, se encontraram neste domingo (30) na Zona Desmilitarizada, que fica entre as duas Coreias. Após um simbólico aperto de mãos, Trump cruzou a fronteira e se tornou o primeiro presidente dos Estados Unidos a pisar em solo norte-coreano.

O encontro marcou a terceira vez em que os dois líderes se reúnem. Na última reunião, no Vietnã, em fevereiro, Trump e Kim deixaram a cúpula um dia antes do previsto, sem resultados. A intenção era discutir relações bilaterais e convencer a Coreia do Norte a desistir de suas armas nucleares, mas as tratativas não foram adiante.

Já neste domingo (30), ao cumprimentarem-se na fronteira entre os dois países, os presidentes expressaram esperanças de paz, segundo a Reuters.

“Fico feliz em vê-lo de novo. Jamais esperava vê-lo neste lugar”, disse Kim. “Trata-se de um momento histórico que pretende pôr fim ao conflito na península”, afirmou o líder norte-coreano a jornalistas.

“Eu fiquei orgulhoso de passar por cima da linha [que divide as duas Coreias]”, disse Trump a Kim, depois que os líderes retornaram ao lado sul-coreano. “É um grande dia para o mundo.”

Acompanhado por Kim, Trump deu 20 passos para dentro do território da Coreia do Norte, segundo a CNN. Pouco depois, voltaram ao lado sul, onde se reuniram com o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, para uma breve conversa.

Depois, o presidente americano reuniu-se a portas fechadas com o líder norte-coreano por 50 minutos.

“Tivemos uma reunião muito, muito boa”, afirmou Trump depois da conversa. “Vamos ver o que pode acontecer”. Os líderes decidiram que um diplomata americano, que atua como representante especial dos Estados Unidos para a Coreia do Norte, vai intermediar as negociações na questão nuclear.

“O que vai acontecer é que nas próximas duas ou três semanas as equipes vão começar a trabalhar”, disse Trump.

O presidente americano acrescentou, entretanto, que a velocidade com que as conversas irão ocorrer não é a prioridade. Trump afirmou ter “bastante tempo” e que “não estava com pressa” de chegar a um acordo.

“Nós queremos acertar [na negociação]”, afirmou. O presidente americano também disse que “estão acontecendo coisas muito positivas” na península por causa da aproximação entre Washington Pyongyang, iniciada no ano passado.

Ao deixar a Coreia do Sul neste domingo (30), para onde foi após a reunião do G20, no Japão, o americano voltou a elogiar o encontro com Kim no Twitter.

“Deixando a Coreia do Sul depois de um encontro maravilhoso com o presidente Kim Jong-un. Estive no solo da Coreia do Norte, uma importante declaração para todos e uma grande honra!” escreveu o presidente americano.

Trump também convidou o líder da Coreia do Norte a visitar a Casa Branca, mas depois reconheceu que a viagem, provavelmente, não ocorreria logo.

Retomada das negociações

O convite para o encontro foi feito por Trump no Twitter na sexta-feira (28). Ele se dispôs a um “aperto de mão” e a “dizer um alô” a Kim Jong-un. O convite foi aceito por Pyongyang poucas horas antes de os dois líderes se reunirem.

Recentemente, Trump e Kim trocaram cartas e voltaram a se elogiar, após um encontro em que não chegaram a nenhum acordo em fevereiro, no Vietnã.

Em 11 de junho, o presidente americano disse ter recebido uma “linda carta” de Kim, e no dia 23 foi a vez de o norte-coreano afirmar que estava satisfeito com o “excelente” conteúdo de uma carta escrita por Trump. Nenhum dos dois documentos foi divulgado à imprensa.

Este é o terceiro encontro entre Donald Trump e Kim Jong-un, e ocorre após o desentendimento deste ano em Hanói e a primeira reunião entre os dois, realizada em Singapura em junho de 2018.

Naquela primeira cúpula, o líder da Coreia do Norte se comprometeu com o desmonte do seu programa nuclear e assinou, ao lado de Trump, uma declaração de quatro itens – que não estabelecia metas ou detalhes de como o compromisso seria colocado em prática para que o abandono da produção fosse feito de forma completa, irreversível e verificável, como pediam os Estados Unidos.

Desde então, o país abandonou seus testes de mísseis e fechou instalações nucleares, mas, segundo especialistas, ainda mantém atividades de seu programa.

Papa Francisco elogiou encontro entre os líderes

O Papa Francisco em uma das audiências semanais no Vaticano nesta quarta-feira (22). — Foto: Remo Casilli/Reuters

O Papa Francisco em uma das audiências semanais no Vaticano nesta quarta-feira (22). — Foto: Remo Casilli/Reuters

Papa Francisco elogiou o encontro entre Trump e Kim.

“Nas últimas horas, vimos na Coreia um bom exemplo da cultura do encontro. Eu saúdo os protagonistas, com uma oração para que um gesto tão significativo seja mais um passo no caminho para a paz, não apenas naquela península, mas para o bem do mundo inteiro”, declarou o pontífice em seu discurso semanal na Praça de São Pedro, no Vaticano.

Na última terça-feira (25), 20 mil fiéis Igreja Católica da Coreia do Sul rezaram por paz na península coreana, em uma missa que marcou o 69º aniversário do início da guerra entre os dois países.

Trump cruzou a fronteira intercoreano e se tornou o 1º presidente dos EUA a pisar na Coreia do Norte — Foto: REUTERS/Kevin Lamarque
Trump e Kim Jong-Un decidem retomar diálogo sobre acordo nuclear

Trump e Kim Jong-Un decidem retomar diálogo sobre acordo nuclear